Delegada diz que criança engravidada pelo avô em Patos deve passar por aborto legal

 

Foto: Reprodução

A delegada da Delegacia Especializada da Mulher de Patos, Silvya Alencar, que está investigando o caso da garota de 11 anos que foi violentada e acabou engravidando do avô paterno, Antônio da Silva Oliveira, 67 anos, no Distrito de Santa Gertrudes, revelou que a criança poderá passar por processo legal de aborto, por conta dos riscos causados à saúde dela.

A delegada confirmou que ela vinha sofrendo exploração sexual desde junho deste ano, mas a família só desconfiou após a criança apresentar sintomas e problemas de saúde e ter sido levada ao Hospital Infantil de Patos.

Ao chegar ao hospital, a equipe médica desconfiou da situação e pediu exames de Beta HCG que confirmou a gravidez da menina.

Quando os conselheiros conversaram com a assistente social e com a avó da menina, ela confirmou que o autor do abuso era o avô paterno.

A garota também contou tudo para a avó e para os médicos. Ela disse que não sofria ameaças do avô, mas não havia contato por vergonha da situação.

De acordo com a delegada, há enormes riscos para saúde da criança, bem como a situação da família é crítica, uma vez que a mãe da criança faleceu e o pai está em outro estado onde trabalha.

Por conta disso, o processo legal de aborto deve ser aberto com consentimento da família.

“Vários órgãos de proteção à Criança e ao Adolescentes já estão sendo acionados para que, de acordo com a lei, ela possa fazer o aborto legal, se assim o desejar, pois é uma família carente, ela é criada pela avó, e a avó, pelo que tomei conhecimento, faz uso de medicamentos controlados. Então não é uma situação confortável para a família, por isso o CREAS, Conselho Tutelar, estão trabalhando na justiça para obter essa autorização”, explicou a delegada.

Silvya Alencar aproveitou para fazer um alerta às famílias. Segundo ela, vários casos dessa natureza estão chegando à Delegacia e precisam de atenção. A delegada alertou para que as famílias estejam atentas aos sinais e evitem deixar crianças vulneráveis na companhia de qualquer pessoa.

“Nós temos percebido que nos últimos dias, estamos recebendo várias denúncias de crimes semelhantes. Situações de mulheres, avós, mães deixam seus filhos na companhia de homens, padrastos, tios, avôs, sozinhos dentro de casa e essas pessoas se mostram muito carinhosos, cuidadosos, mas podem mascarar situações de violência sexual gravíssimas. Não quero dizer que todos os homens que estão em companhia de crianças fazem esse tipo de crime, mas é algo que as famílias precisam começar a observar. As crianças não têm maturidade para relatar esse tipo de abuso, não entendem o que está acontecendo e passam vários meses sendo abusadas”, alertou a delegada.

Vicente Conserva – Portal 40 Graus com Patosonline.com


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